A esfoliação é um dos passos mais populares nas rotinas de skincare, indicada para remover impurezas e estimular a renovação celular. Contudo, dermatologistas alertam que, dependendo do tipo de pele e da frequência, o hábito pode ser mais prejudicial do que benéfico, causando irritações, ressecamento e até infecções.
- Alerta médico: o dermatologista Fábio Rebucci (SBD-RESP) afirma que o processo não deve ser feito em casa, pois deixa a pele vulnerável a micro-organismos e substâncias irritantes.
- Riscos principais: esfoliantes químicos (ácidos) usados sem prescrição podem causar queimaduras; a prática em peles com acne pode piorar a inflamação.
- Contraindicações: peles secas, sensíveis ou com condições como dermatite atópica, eczema ou rosácea devem evitar o procedimento.
- Buchas: especialistas desaconselham o uso de buchas, pois elas prejudicam a barreira de proteção da pele e podem acumular bactérias.
“Na verdade, ninguém deveria fazer esse tipo de processo em casa”, alerta Fábio Rebucci, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo (SBD-RESP) e professor de cirurgia dermatológica na Faculdade de Medicina do ABC (FMABC). Segundo ele, ao remover camadas superficiais, o procedimento deixa a pele vulnerável a infecções.
Em situações específicas, porém, o método pode ser considerado. “Em casos como na queratose pilar, condição que causa bolinhas ásperas nos braços, coxas e nádegas, o uso de esfoliantes pode ajudar, desde que com orientação médica”, diz a dermatologista Barbara Miguel, do Einstein Hospital Israelita.
Abaixo, os especialistas esclarecem os principais cuidados com a prática.
Tipos de esfoliantes e riscos
Existem dois tipos principais de esfoliantes: os físicos e os químicos.
- Físicos: removem as células mortas por atrito, como produtos com grânulos ou buchas.
- Químicos: contêm substâncias como ácido glicólico, retinoico e salicílico, que promovem a troca das camadas da pele.
“Os químicos só devem ser usados sob prescrição médica, pois o uso incorreto pode causar irritações e até queimaduras”, alerta Fábio Rebucci.
Frequência e contraindicações
Segundo Barbara Miguel, quem tem pele oleosa pode, no máximo, esfoliar de forma leve uma vez por semana. Peles mistas, a cada duas semanas. “Mas o indicado, de modo geral, é não fazer a esfoliação sem recomendação médica, principalmente em peles mais sensíveis”, reforça a médica do Einstein.
O procedimento é contraindicado para quem tem acne ativa.
Esfoliar a pele não vai melhorar o quadro. Pelo contrário, pode piorar a inflamação, aumentando as espinhas e elevando o risco de infeccioná-las.
Fábio Rebucci, dermatologista da SBD-RESP
Esfoliação X Limpeza de pele
A esfoliação não substitui a limpeza de pele profissional, que é indicada para a retirada de cravos e impurezas mais profundas. A esfoliação atua apenas na camada superficial. A higiene diária com sabonete adequado deve ser mantida duas vezes ao dia.
Cuidados adicionais
Os médicos alertam que buchas não devem ser utilizadas, pois prejudicam a barreira de proteção da pele e podem acumular bactérias por permanecerem úmidas.
No inverno, a pele fica mais seca e sensível, e a esfoliação pode ser ainda mais prejudicial. Fórmulas para o corpo não devem ser usadas no rosto, e misturas caseiras não devem ser aplicadas em nenhuma parte do corpo. Embora a hidratação seja essencial, ela “não atenua os possíveis malefícios provocados pela esfoliação”.