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Estudos científicos sugerem que as mulheres necessitam de mais tempo de sono do que os homens, com uma necessidade estimada de até 20 minutos adicionais por noite. Esse tempo extra seria fundamental para sustentar funções cerebrais complexas, como a realização de multitarefas, a regulação emocional e a gestão do ciclo menstrual.
- A necessidade de 20 minutos a mais de sono está ligada a funções complexas e regulação hormonal.
- O ciclo menstrual afeta a qualidade do sono, podendo reduzir o sono profundo em até 27% na fase lútea.
- Fatores sociais, como a “segunda jornada”, e o trabalho em turnos impactam mais o descanso feminino.
- Mulheres relatam o dobro de sintomas de insônia que os homens, uma tendência que se inicia na puberdade.
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Atingir essa cota de descanso, no entanto, é dificultado por diversos fatores. O ciclo hormonal tem influência direta: durante a primeira metade (fase folicular), o aumento do estrogênio tende a melhorar a qualidade do sono e aumentar a fase REM — ligada aos sonhos, memória e processamento emocional.
Contudo, na segunda metade do ciclo (fase lútea), o aumento da progesterona pode causar sonolência e, paradoxalmente, piorar a qualidade do sono. Isso leva a mais despertares noturnos e a uma redução de até 27% no sono profundo.
Além das questões biológicas, fatores sociais e estruturais afetam o sono feminino. O trabalho de cuidado, conhecido como “segunda jornada”, frequentemente recai sobre as mulheres, que acumulam funções domésticas após o horário oficial de trabalho.
“As mulheres sofrem mais com distúrbios relacionados ao trabalho em turnos, além de trabalharem mais em horários não convencionais, sofrendo mais com os efeitos negativos disso”, explica Emerson Wickwire, especialista em sono da Universidade de Maryland.
A necessidade não é apenas de quantidade, mas de qualidade. Pesquisas indicam que a fisiologia feminina exige um sono mais profundo do que o masculino.
Isso pode estar associado à chamada resiliência biológica, um sistema de proteção observado em outras áreas, como saúde cardiovascular e longevidade. Como pontuou o psicólogo do sono Julio Fernandez-Mendoza, da Penn State Health: “É natural que quando um corpo tem a capacidade de gerar vida ele precise ser protegido. Uma mulher precisa conseguir dormir e funcionar mesmo enquanto carrega outro ser humano.”
Apesar da necessidade, as mulheres relatam sintomas de insônia com o dobro de frequência dos homens. Essa tendência, segundo os especialistas, começa já na puberdade, quando as meninas passam a relatar mais dificuldade para dormir do que os meninos.