Embora medicamentos à base de semaglutida (como o Ozempic) tenham revolucionado o tratamento da obesidade, um novo estudo aponta que a intervenção cirúrgica permanece soberana em resultados a longo prazo. Pesquisadores da NYU Langone Health revelaram que a cirurgia bariátrica pode ser até cinco vezes mais eficaz na redução de peso do que o uso contínuo das populares “canetas emagrecedoras”.
O dado: pacientes operados perderam, em média, 25,7% do peso corporal em dois anos.
O contraste: o grupo medicado com GLP-1 (Ozempic ou Mounjaro) registrou perda de apenas 5,3% no mesmo período.
A causa: a disparidade reflete a dificuldade de adesão ao remédio no “mundo real”, em contraste com a permanência das alterações cirúrgicas
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O levantamento, apresentado na reunião anual da Sociedade Americana de Cirurgia Metabólica e Bariátrica (ASMBS), analisou dados reais de pacientes, fugindo dos cenários ideais dos ensaios clínicos. Enquanto nos testes controlados os medicamentos chegam a prometer perdas de 15% a 20%, na prática a realidade é outra.
Segundo Avery Brown, pesquisador da NYU, a barreira não é química, mas comportamental e financeira: “Sabemos que até 70% dos pacientes interrompem o tratamento medicamentoso dentro de um ano”. Sem a injeção semanal, o efeito cessa. Já a cirurgia metabólica (seja o bypass gástrico ou a gastrectomia vertical) promove alterações fisiológicas duradouras que independem da disciplina semanal de ir à farmácia.
“A cirurgia não é apenas uma redução de estômago, mas uma mudança metabólica estrutural que o medicamento, por mais avançado que seja, ainda não consegue igualar em durabilidade.”
Além da perda de peso superior, o estudo notou que os pacientes cirúrgicos apresentaram melhor controle glicêmico a longo prazo. Contudo, especialistas reforçam que a cirurgia é um procedimento invasivo e irreversível, indicado apenas para casos de obesidade severa ou com comorbidades, não devendo ser comparada levianamente a tratamentos clínicos para sobrepeso leve.
Para conferir os detalhes técnicos da comparação, leia o resumo da pesquisa publicado pela ScienceAlert.