Estudo revela como smartphones alteraram a sincronia entre a menstruação e a Lua

Os resultados alertam para o impacto das telas e da iluminação moderna nos ritmos biológicos

Mulher usando celular de noite na cama
Foto: Pexels

A sabedoria popular de que as fases da Lua influenciam o ciclo menstrual pode ter um fundo de verdade científica, mas esse vínculo ancestral está sendo rompido pela vida moderna. Um estudo recente indica que o ciclo menstrual atua como um “oscilador circalunar” — um relógio biológico interno que busca sincronia com o satélite natural —, mas a exposição excessiva à luz artificial tem prejudicado esse processo.

  • Pesquisa aponta que o ciclo menstrual tende a se sincronizar com as fases da Lua (nova ou cheia).

  • Dados mostram que essa sincronia diminuiu drasticamente após 2010.

  • O uso massivo de smartphones e luzes LED à noite é apontado como o principal causador da desconexão.

  • A luz artificial encurta o ciclo, tirando-o da “janela” de sincronização (26 a 36 dias).

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Ao comparar registros menstruais dos últimos 24 anos com dados do século passado, os pesquisadores notaram um padrão claro: antes de 2010, os ciclos eram significativamente mais alinhados com a Lua, com o início do sangramento coincidindo frequentemente com a lua nova ou cheia.

A ruptura coincide com a popularização global de duas tecnologias: as luzes LED e os smartphones. O aumento da exposição à luz artificial durante a noite não apenas ofusca a percepção natural das fases lunares pelo corpo, mas também tem um efeito fisiológico direto: o encurtamento do ciclo menstrual.

Segundo o estudo, o “relógio circalunar” humano só consegue manter a sincronia se o ciclo menstrual tiver duração entre 26 e 36 dias. A luz artificial noturna, assim como o avanço da idade, tende a reduzir essa duração. Qualquer período abaixo dessa janela resulta na desconexão total com o ciclo lunar.

Embora a pesquisa tenha sido conduzida com mulheres do Hemisfério Norte, os resultados alertam para o impacto das telas e da iluminação moderna nos ritmos biológicos, transformando uma conexão natural em mais uma vítima da vida digital.