Os ovos voltaram ao centro das discussões nas redes sociais — mas, desta vez, por um motivo inusitado. A nova polêmica surgiu após Gracyanne Barbosa, 42, anunciar sua própria marca de ovos premium, batizada de “Gracyovos”.
A influenciadora fitness sempre chamou atenção pela relação intensa com o alimento. No BBB, por exemplo, chegou a consumir cerca de 9 ovos por dia, e contou que, em sua rotina tradicional de treinos, já ultrapassou a marca de 40 unidades diariamente. Apesar do burburinho, a própria “Gracyovos” não passou de uma ação publicitária — uma jogada de marketing que surfou na imagem da influenciadora e viralizou nas redes, mas sem representar, de fato, o lançamento de uma produção própria de ovos.
Ainda assim, diante de números tão expressivos, é natural que o público se questione: afinal, qual é o limite saudável? O ovo faz mal? Pode aumentar o colesterol?
A resposta é: não dá para generalizar, e quantidade segura varia por pessoa — mas existem diretrizes.
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Ovo é nutritivo, mas excesso não é neutro
Embora seja um alimento altamente nutritivo, nenhum item isolado deve ser consumido em quantidades exageradas. Uma dieta que tem o ovo como única fonte predominante de proteína pode gerar desequilíbrio de micronutrientes, porque o organismo também precisa de:
•Vitamina C
•Vitamina D
•Cálcio
•Fibra
•Antioxidantes vegetais
E pouca gente lembra: o ovo é um dos alergênicos alimentares mais comuns, especialmente na infância — embora muitos superem a alergia com o tempo.
Colesterol: o ovo não é o vilão
Por muitos anos, o ovo foi apontado como responsável por aumentar o LDL (“colesterol ruim”). Hoje, sabe-se que:
•A maior parte do colesterol no sangue não vem diretamente do que comemos, e sim do que o fígado produz.
•O principal fator alimentar que eleva o LDL é o excesso de gordura saturada, e o ovo contém pouco desse tipo de gordura.
Ou seja: o ovo não é o culpado principal.
Composição nutricional média de 1 ovo:
•6 a 7 g de proteína
•Vitaminas A, D, E, K, B12, folato e colina
•Minerais: ferro, fósforo, zinco, selênio e cálcio
Importante:
Apesar de ser nutritivo, não oferece uma quantidade alta de proteína por unidade, como muitos imaginam. Para comparação:
•1 ovo → 6–7 g de proteína
•200 ml de leite → 6–7 g de proteína
Isso reforça que diversificar as fontes proteicas é fundamental.
Afinal, quantos ovos posso comer por dia?
Aqui é onde o debate costuma se confundir. Os dados mais antigos da Associação Americana do Coração (AHA) falavam em restringir até 300 mg de colesterol/dia, o que equivaleria a cerca de 7 ovos por semana.
Porém, essa recomendação foi atualizada:
Hoje o foco não é mais contar o colesterol alimentar, mas sim reduzir gorduras saturadas e padrões alimentares ruins.
Consenso atual das principais entidades:
•Para pessoas saudáveis, 1 ovo por dia é considerado seguro dentro de uma dieta equilibrada.
•Para quem tem colesterol alto, diabetes ou histórico cardiovascular, recomenda-se avaliar individualmente — e muitas vezes limitar para 3 a 5 ovos por semana, dependendo da dieta como um todo.
Ou seja: o ovo cabe na rotina, mas não faz sentido ingerir 30, 40 ou 50 ovos diariamente — isso ultrapassa necessidades nutricionais e aumenta riscos de:
•ingestão excessiva de colesterol em pessoas sensíveis
•sobrecarga metabólica
•monotonia alimentar
•possíveis déficits de vitaminas e minerais que o ovo não fornece
Ovo e emagrecimento: ajuda, mas não faz milagre
O ovo pode, sim, contribuir para perda de peso — não por “queimar gordura”, mas porque:
•tem boa densidade nutricional
•gera saciedade
•ajuda a controlar o apetite e o consumo calórico
Mas, assim como qualquer alimento, não funciona sozinho. É parte de um padrão alimentar e de estilo de vida.
Conclusão: dá para comer ovo todo dia — mas dentro do bom senso
O ovo é saudável, acessível, nutritivo e versátil. Mas exageros como os números divulgados por celebridades não devem ser tomados como referência.
Pessoas saudáveis → até 1 ovo/dia
Quem tem colesterol alto, diabetes ou risco cardiovascular → avaliação individual
Quantidades extremas (20, 30, 40 ovos/dia) → não trazem benefícios adicionais e podem gerar prejuízos
No fim, “Gracyovos” pode até ser tendência nas redes, mas o que realmente importa é: equilíbrio, variedade e ciência — não extremos.