Manter amizades protege contra demência e aumenta longevidade em até 50%, diz estudo

Análise de 148 estudos indica que ter vínculos fortes é tão importante quanto não fumar ou praticar exercícios, elevando as chances de sobrevida

Amigas idosas sorriem juntas
Foto: Freepik

A máxima “Quem tem amigos tem tudo” ganha um reforço de peso: o científico. Uma meta-análise abrangendo 148 estudos internacionais indica que manter boas amizades é um fator tão ou mais importante para a saúde e longevidade quanto hábitos vitais como não fumar e praticar atividade física regularmente.

Segundo os pesquisadores, a manutenção de relações sociais fortes aumenta as chances de sobrevivência em impressionantes 50%.

Mais que sobrevivência: proteção cerebral

O impacto da amizade vai além da longevidade física. Outro estudo, conduzido no Reino Unido ao longo de três décadas, demonstrou que manter uma rede ampla de contatos sociais diminui o risco de demência, sendo o efeito ainda mais potente quando o círculo inclui não apenas a família, mas também os amigos.

Isso se deve ao fato de os seres humanos serem classificados como seres ultrassociais. Psicólogos apontam que, além das necessidades básicas de sono e alimentação, o ser humano possui três grandes necessidades sociais, todas satisfeitas pela amizade:

  1. Estar socialmente conectado;

  2. Ser capaz de tomar as próprias decisões (autonomia);

  3. Ser capaz de impactar algo por meio das próprias ações (influência).

Uma questão biológica

O valor do vínculo social não é exclusivo da nossa espécie. Biologicamente, a formação de comunidades e o auxílio mútuo garantem a sobrevivência:

  • Ratos-marrons mantêm amizades próximas fora de seus grupos familiares para ajudar uns aos outros a encontrar comida.

  • Morcegos-vampiros chegam a regurgitar sangue para alimentar parceiros que não conseguem se sustentar sozinhos.

Em suma, a ciência comprova que o ato de ajudar outros e formar laços cooperativos é fundamental para a sobrevivência da espécie.