O aumento da Inteligência Artificial (IA) no atendimento de saúde exige o reforço urgente das garantias jurídicas para proteger pacientes e trabalhadores, alertou nesta quarta-feira (19) a divisão para a Europa da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A OMS analisou a regulamentação da IA em 50 dos 53 países sob sua jurisdição.
Apenas 8% dos países (quatro nações) adotaram uma estratégia nacional de IA na saúde.
Quase dois terços dos países já utilizam a IA para diagnósticos (análise de imagens).
A incerteza jurídica é o principal obstáculo citado por 9 em cada 10 países.
Riscos incluem viés nos resultados, erosão das competências médicas e desigualdade no acesso.
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A conclusão da OMS veio após um estudo que avaliou a adoção e a regulamentação da IA no âmbito da saúde. Os dados apontam que a regulamentação não consegue acompanhar o ritmo da adoção de novas tecnologias.
“Estamos diante de uma encruzilhada. A IA pode ser utilizada para melhorar a saúde e o bem-estar das pessoas, mas também pode comprometer a segurança dos pacientes, sua privacidade e reforçar as desigualdades.”
Natasha Azzopardi-Muscat, diretora de Sistemas de Saúde da OMS para a Europa.
O relatório indica que, enquanto quase dois terços dos países já utilizam assistência de IA para diagnósticos (em especial análise de imagens) e metade recorre a robôs conversacionais, a incerteza jurídica é o principal obstáculo mencionado por nove em cada dez países.
A OMS pede aos países que considerem os potenciais riscos — como resultados enviesados, viés da automação e erosão das competências dos trabalhadores. Para mitigar o problema, a divisão da OMS exigiu que os governos:
Expliquem as responsabilidades em caso de erro da ferramenta.
Adotem mecanismos de indenização aos pacientes lesados.
- Garantam que as ferramentas de IA sejam testadas em termos de segurança, equidade e eficácia antes da implementação.
Com informações da AFP