A constipação intestinal — popularmente chamada de prisão de ventre — atinge cerca de 20% a 30% da população brasileira, sendo mais prevalente entre mulheres. A condição não se caracteriza apenas pela baixa frequência de evacuações, mas também por fezes ressecadas, fragmentadas e eliminadas com esforço, o que indica trânsito intestinal lento.
Entre os principais gatilhos estão a baixa ingestão de fibras e a hidratação insuficiente. Por isso, dietas ricas em vegetais, leguminosas, grãos integrais e frutas tendem a melhorar significativamente o funcionamento intestinal.
E quando o assunto são frutas, a Associação Dietética Britânica (BDA) (leia aqui) acaba de apontar um destaque que surpreende muitos brasileiros: não é o tradicional mamão, e sim o kiwi. A recomendação surge após a análise de 75 ensaios clínicos que embasaram a nova diretriz dietética inglesa para o manejo da constipação funcional.
Segundo o documento, o consumo diário de dois a três kiwis por até quatro semanas demonstrou melhora consistente da evacuação, com múltiplos mecanismos envolvidos:
•Fibra altamente hidratável: as fibras do kiwi têm maior capacidade de reter água do que as da maçã, aumentando o volume das fezes e facilitando sua passagem pelo intestino.
•Maior benefício com a casca: grande parte da fibra está concentrada nela — e o consumo seguro é possível após higienização adequada.
•Presença da enzima actinidina, que auxilia na digestão das proteínas no estômago e intestino, reduzindo sensação de peso abdominal.
•Cristais naturais chamados ráfides, associados ao aumento da produção de muco intestinal, que atua como lubrificante.
•Redução de bactérias produtoras de metano, gás que está relacionado ao trânsito intestinal mais lento.
Os especialistas reforçam que o efeito é potencializado dentro de um padrão alimentar saudável, e que a ingestão adequada de água é indispensável ao aumentar o consumo de fibras — caso contrário, o efeito pode ser oposto.