Rafa Kalimann, 32 anos, relembrou o período em que trabalhava como modelo e começou a fumar ainda na adolescência. A influenciadora participou do programa Sem Censura, da TV Brasil, e afirmou que a pressão estética do mercado a levou a experimentar cigarro aos 14 anos, acreditando que isso ajudaria a controlar o apetite.
Segundo ela, o hábito era tratado como algo natural no ambiente da moda. “Eu era muito nova quando comecei a fumar, e parei assim que meus pais descobriram. Me falaram que diminuía a ansiedade de comer, e isso era tratado como algo normal no mercado. Quando minha mãe soube, meu pai disse que estava decepcionado comigo. Nunca esqueci. Naquele dia prometi que não colocaria mais um cigarro na boca, e cumpri”, contou.
Links relacionados
Programa educacional reduz uso de cigarro eletrônico em 65%
Cientistas apontam 5 hábitos simples que desaceleram o envelhecimento
Riscos do tabagismo
O cirurgião vascular Herik Oliveira, em entrevista à IstoÉ, reforça que os efeitos do cigarro atingem todo o organismo. Segundo o especialista, as substâncias presentes no tabaco podem alterar o DNA das células, elevando o risco de mutações e vários tipos de câncer.
“O cigarro reúne substâncias capazes de alterar o DNA das células, aumentando o risco de mutações e de diversos tipos de câncer. Ele está diretamente ligado ao câncer de pulmão e também a tumores na boca, laringe e faringe, pela exposição contínua à fumaça. As toxinas que ficam na saliva do fumante também elevam as chances de câncer no esôfago e no estômago”, afirma.
O médico explica ainda que rins e bexiga também sofrem com o hábito. “As substâncias tóxicas são filtradas pelos rins e eliminadas pela urina, o que pode gerar alterações e aumentar o risco de câncer nessas estruturas. Há ainda maior probabilidade de tumores no pâncreas, no fígado, no colo do útero e de leucemias”, completa.
Além disso, Oliveira destaca os impactos do tabagismo na pele, que perde colágeno e elastina com o uso contínuo.
“O cigarro acelera o envelhecimento, prejudica a cicatrização e diminui a oxigenação dos tecidos. Em fumantes crônicos, são comuns manchas amareladas ou acinzentadas e maior predisposição a doenças como psoríase e dermatites.”
O sistema cardiovascular é um dos mais afetados. De acordo com o especialista, a nicotina provoca vasoconstrição, aumenta a pressão arterial e altera o colesterol, favorecendo infartos, AVCs e arritmias.
“O monóxido de carbono diminui a oxigenação do sangue, enquanto lesões nos vasos favorecem tromboses e aceleram a aterosclerose.”
Herik Oliveira reforça que a prevenção é essencial para evitar danos graves. “Manter dieta equilibrada, praticar exercícios físicos, reduzir o consumo de álcool e procurar ajuda médica e psicológica para tratar o tabagismo têm impacto direto na qualidade de vida e no futuro de cada pessoa”, conclui.