A apresentadora Vera Viel, 50 anos, revelou recentemente que desenvolveu um linfedema após o tratamento de um sarcoma. Ela contou que a circulação ficou prejudicada por causa das intervenções cirúrgicas às quais precisou se submeter.
“Uma das sequelas que eu tive foi um linfedema, porque eu tive que mexer muito. Fiz um enxerto de uma perna para outra, tirei um pedaço do músculo e minha circulação ficou prejudicada. É um inchaço maior na perna onde eu tinha o sarcoma”, afirmou.
De acordo com o cirurgião vascular Herik de Oliveira, especialista pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, que falou em entrevista à IstoÉ Gente, o linfedema é uma doença vascular crônica causada por uma lesão no sistema linfático. O médico explica que essa lesão impede o funcionamento adequado do sistema, levando ao acúmulo de um líquido rico em proteína no tecido subcutâneo, o que provoca fibrose, inflamação e alterações estéticas na pele.
Segundo o especialista, o linfedema pode ser primário, quando tem origem genética ou congênita e o sistema linfático é formado de maneira inadequada, ou secundário, quando surge após uma lesão, obstrução ou inflamação em um sistema linfático previamente normal. As causas mais comuns de linfedema secundário são câncer, cirurgias, radioterapia, quimioterapia, infecções e traumas.
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No caso de pacientes oncológicos, procedimentos extensos, remoção de linfonodos, enxertos e manipulação de tecidos aumentam significativamente o risco do problema.
Sintomas e diagnóstico
O diagnóstico geralmente é clínico. O paciente costuma apresentar aumento do volume do membro acometido e pode desenvolver alterações na pele, como espessamento e irregularidades, conforme o linfedema evolui. O exame complementar mais utilizado é a linfocintilografia, que injeta contraste radioativo no sistema linfático para identificar possíveis extravasamentos.
O tratamento clínico é o mais indicado e envolve terapia descongestiva complexa, que inclui exercícios físicos, tratamento compressivo com botas pneumáticas, meia elástica de compressão, material inelástico de compressão, drenagem linfática manual e cuidados específicos com a pele. Em situações mais avançadas, o tratamento cirúrgico pode ser considerado.
O especialista reforça a importância da avaliação precoce e destaca que qualquer inchaço persistente deve ser analisado por um cirurgião vascular. Embora seja uma doença crônica, o tratamento busca melhorar a qualidade de vida e evitar complicações relacionadas ao linfedema, como infecções, tromboses, disfunções no membro acometido e até o desenvolvimento de linfangiossarcoma, uma complicação rara e grave que pode surgir após 10 anos da doença.
A descoberta do sarcoma
O câncer de Vera Viel foi descoberto em setembro de 2024. Ela foi diagnosticada com sarcoma sinovial e, no mês seguinte, passou pela cirurgia de retirada do tumor, em 11 de outubro. Após a operação, iniciou tratamento com sessões de radioterapia e quimioterapia.
Na época, ela compartilhou o momento difícil com seu público. “Quando recebi o diagnóstico, parecia que o mundo tinha desabado. Eu sempre cuidei muito do corpo, treinava, estava tudo bem… e, de repente, veio um tumor raro. Mas quando você tem fé, acredita que tudo vai dar certo”, declarou.